Thursday 28 March 2019

Bárbara Leal (UNICAMP): O que a evolução de uma espécie com ampla e fragmentada distribuição nos Neotrópicos tem a nos dizer a respeito dos processos que governam a formação de novas espécies?


Data: 09 de abril de 2019
Date: April 09th, 2019

Hora: 13:00
Time: 13 PM

Local (Room): Sala XX, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

O que a evolução de uma espécie com ampla e fragmentada distribuição nos Neotrópicos tem a nos dizer a respeito dos processos que governam a formação de novas espécies?

Os Neotrópicos possuem níveis de diversidade taxonômica, filogenética e funcional extremamente altos, mesmo quando comparados aos de outras regiões tropicais do mundo. O estudo dos processos envolvidos na diversificação de linhagens intra-específicas e no surgimento de novas espécies é essencial para a interpretação dos padrões de alta biodiversidade observados nessa região. Nesta ocasião, apresentarei os resultados de trabalhos que compõem a minha tese de doutorado e que buscam descrever padrões de diversificação intra-específica e inferir processos e mecanismos que governam a diversidade nos Neotrópicos, por meio de uma revisão de estudos filogeográficos de plantas no Brasil e, de estudos empíricos utilizando como modelo uma espécie com ampla porém fragmentada distribuição nos Neotrópicos, Pitcairnia lanuginosa (Bromeliaceae). Tais estudos empíricos integram dados moleculares (sequencias de DNA plastidial e nuclear, microssatélites e SNPs), e dados ecológicos para elucidar os processos históricos associados a diversificação desta espécie, bem como para verificar o papel relativo da deriva genética e da seleção natural na sua estruturação genética. Embora o estudo de evolução da biodiversidade nos Neotrópicos seja desafiador e o nosso conhecimento ainda limitado, o acúmulo de informações independentes coletadas em organismos com distintas características ecológicas tem o potencial de esclarecer os processos complexos que explicam a formação e a manutenção da biota neotropical.

Bárbara Simões Santos Leal é pós-doutoranda da UNICAMP, e desenvolve seu projeto no laboratório de Biossistemática e Polinização, na Biologia Vegetal.

What does the evolution of a species with wide and fragmented distribution in the Neotropics have to tell us about the processes that govern the formation of new species?

Neotropics have extremely high levels of taxonomic, phylogenetic, and functional diversity, even when compared to other tropical regions of the world. The study of the processes involved in the diversification of intra-specific lineages and in the emergence of new species is essential for the interpretation of high biodiversity patterns observed in this region. On this occasion, I will present the results of papers that compose my doctoral thesis and that seek to describe patterns of intra-specific diversification and infer processes and mechanisms that govern diversity in the Neotropics, through a review of phylogeographic studies of plants in Brazil and , of empirical studies using as model a species with broad but fragmented distribution in the Neotropics, Pitcairnia lanuginosa (Bromeliaceae). These empirical studies integrate molecular data (plastidial and nuclear DNA sequences, microsatellites and SNPs), and ecological data to elucidate the historical processes associated with the diversification of this species, as well as to verify the relative role of genetic drift and natural selection in its structuring genetics. Although the study of biodiversity evolution in the Neotropics is challenging and our knowledge still limited, the accumulation of independent information collected in organisms with different ecological characteristics has the potential to clarify the complex processes that explain the formation and maintenance of neotropical biota.

Bárbara Simões Santos Leal is a postdoctoral fellow at UNICAMP and develops her project in the laboratory of Biosystematics and Pollination in Plant Biology

Friday 22 March 2019

Cleber Chaves (UNICAMP): Bromélias atmosféricas: de metacomunidades a modelos baseados no indivíduo


Data: 26 de março de 2019
Date: MARCH 26th, 2019

Hora: 13h:00
Time: 01h:00 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Bromélias atmosféricas: de metacomunidades a modelos baseados no indivíduo

Bromélias atmosféricas são cerca de 300 espécies do gênero Tillandsia que geralmente compõem o grupo de epífitas vasculares dominante das porções mais altas e externas dos dosséis florestais do continente americano. Diversas adaptações à dessecação fizeram com que essas plantas fossem conhecidas como o caso mais extremo de epifitismo vascular, chegando a formar abundantes comunidades em árvores de ambientes antropizados e se fixassem até mesmo em substratos artificiais, como postes e fios. Nessas regiões, é bastante comum se observar espécies com distribuições relativamente restritas coexistindo maciçamente com espécies com ampla distribuição no continente americano. Mas o que leva a coexistência entre diferentes bromélias atmosféricas e impulsiona a montagem de comunidades? Como elas se espalham em novas paisagens antropicamente modificadas? Como é a dinâmica temporal e espacial de populações de bromélias atmosféricas amplamente distribuídas? Aqui, lançaremos uma luz sobre essas questões de forma interdisciplinar, abordando brevemente vários tópicos, como ecologia de metacomunidades, ecologia funcional, genética de populações, modelagem baseada em indivíduos (IBM) e ecologia de ervas daninhas.

Cleber Juliano Neves Chaves finalizou seu doutorado em Ecologia e Biodiversidade pela UNESP - Rio Claro. Agora esta no Laboratório de Biossistemática, com a Professora. Clarisse Palma.

Atmospheric bromeliads: from metacommunities to Individual-Based Modeling

Atmospheric bromeliads are about 300 species of the genus Tillandsia that usually make up the dominant vascular epiphyte group of the highest and outer portions of the forest canopies of the American continent. Several adaptations to the desiccation made these plants known as the most extreme case of vascular epiphytism, reaching to form abundant communities in trees of anthropic environments and to fix even in artificial substrates, like poles and wires. In these regions, it is quite common to observe species with relatively restricted distributions coexisting massively with species with wide distribution in the American continent. But what leads to the coexistence between different atmospheric bromeliads and drives the assembly of communities? How do they spread in new landscapes modified by humans? How is the temporal and spatial dynamics of widely distributed atmospheric bromeliads? Here, we investigate these issues in an interdisciplinary way, briefly addressing topics such as metacommunity ecology, functional ecology, population genetics, individual-based modeling (IBM), and weed ecology.

Cleber Juliano Neves Chaves finished his doctorate in Ecology and Biodiversity by UNESP - Rio Claro. Now she is in the Laboratory of Biosystematics, with Professor Clarisse Palma