Thursday, 17 November 2016



Data: 29 de Novembro de 2016
Date: November 29th, 2016

Hora: 14h:00
Time: 02h:00 PM

Local (Room): Sala de Congregação do Instituto de Biologia, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

(Des)Equilíbrio da biodiversidade em uma escala de tempo geológica



Na minha palestra pretendo discutir a relevância de processos dependentes de diversidade na regulação da biodiversidade em uma escala de tempo geológico. Irei primeiramente comparar modelos matemáticos utilizados para descrever a variação no número de indivíduos em uma escala temporal curta com os modelos matemáticos utilizados para descrever a variação no número de espécies em escala de tempo macroevolutiva. Depois irei discutir o uso de modelos probabilísticos e dados empíricos do registro fóssil para inferir o papel de interações ecológicas na dinâmica da biodiversidade.



Tiago Quental é Professor Doutor do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, Brasil. Seus principais interesses de pesquisa são: macro-evolução, ecologia evolutiva e padrões de diversidade.

(Im)Balance of biodiversity in a geological time scale

In my lecture I intend to discuss the relevance of diversity-dependent processes in the regulation of biodiversity in a geological time scale. First, I will compare mathematical models used to describe variation in the number of individuals in a short time scale with the mathematical models used to describe variation in the number of species in a macroevolutionary time scale. I will then discuss the use of probabilistic models and empirical data of the fossil record to infer the role of ecological interactions in the biodiversity dynamics.

Tiago Quental is a Professor at the Department of Ecology in Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, Brazil. His main research interests are: macroevolution, evolutionary ecology and diversity patterns.

Thursday, 3 November 2016

Mauricio Cantor: Sociedade e cultura entre cachalotes de Galápagos


Data: 10 de novembro de 2016
Date: November 10th, 2016

Hora: 14h
Time: 2:00 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Sociedade e cultura entre baleias cachalotes de Galápagos

Utilizando cachalotes como modelo, eu exploro a interação entre sociedade e cultura animal. Cachalotes vivem em sociedades multiníveis, caracterizadas por cooperação e aprendizado social. As fêmeas vivem em unidades sociais quase permanentes e se comunicam usando “codas”, padrões estereotipados de cliques. Unidades agrupam-se temporariamente com outras unidades que utilizam codas similares, formando clãs vocais – baleias da mesma população com dialetos de coda distintos. Especificamente, eu investigo as causas, consequências e estabilidade temporal de clãs de cachalotes simpátricos no Oceano Pacífico. Em um lado desta interação sociedade-cultura, cultura afeta a sociedade dos cachalotes ao criar clãs vocais.Com modelos baseados em agentes que imitam a dinâmica de populações empíricas, eu testei múltiplos mecanismos de transmissão de coda – aprendizado individual, herança genética, aprendizado social puro e enviesado. Clãs com diferentes dialetos surgem apenas quando cachalotes aprendem codas uns com os outros, em conformidade com os indivíduos mais similares ao seu redor. No outro lado da interação, a associação a um clã tem consequências para os indivíduos. Utilizando um conjunto de dados de longo prazo, eu encontrei diferenças nos comportamentos sociais entre clãs: membros de um clã mergulham mais sincronicamente e tem relações mais homogêneas e mais breves que membros de outro clã. Deriva cultural pode explicar tal divergência, com cachalotes replicando normas sociais dentro do clã que pertencem. Finalmente, eu considerei a estabilidade temporal dos clãs estudando cachalotes de Galápagos ao longo de 30 anos. Eu registrei uma completa substituição populacional levando à uma mudança cultural: cachalotes estudados em 2013-2014 não pertencem aos dois clãs que utilizavam a área entre 1985-1995; ao invés disso, eles são membros de clãs encontrados em outras áreas do Pacífico. Concluindo, cultura originou clãs em cachalotes, o que por sua vez determina comportamento social, em uma relação de duas vias que é estável ao longo do tempo, mas dinâmica no espaço. Essas descobertas reforçam a evidência de cultura entre cachalotes, destacando que processos determinando flexibilidade comportamental em humanos – transmissão de informação através de aprendizado social enviesado e deriva cultural – também opera em populações animais não-humanas.


Mauricio Cantor possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2008), mestrado em Ecologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2011) e doutorado em Biologia pela Dalhousie University (Halifax, NS, Canadá). Atualmente é pós-doutorando no Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina e atua como pesquisador dos grupos de pesquisa do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LAMAq, Universidade Federal de Santa Catarina) e Interfaces Humano Não-Humano (INUMA, Universidade Federal de Sergipe). Tem experiência nas áreas de Ecologia de Populações e Comunidades, Biologia Comportamental e Sociobiologia, Comportamento Animal e Análise de Dados Biológicos.


Society and culture among Galápagos sperm whales

Using sperm whales as a model, I explore the interplay between animal society and culture. Sperm whales live in multilevel societies, characterized by cooperation and social learning. Females live in nearly-permanent social units and communicate using codas, stereotyped patterns of clicks. Units temporarily group with other units that use similar codas, forming vocal clans—whales of the same population with distinct coda dialects. Specifically, I investigate the causes, consequences and temporal stability of the sympatric sperm whale clans in the Pacific Ocean. On one side of the society-culture interplay, culture affects sperm whale society by creating the vocal clans. With agent-based models mimicking the dynamics of empirical populations, I tested multiple mechanisms of coda transmission—individual learning, genetic inheritance, pure and biased social learning. Clans with different dialects emerge only when whales learn codas from each other, conforming to the most similar individuals around them. On the other side of the interplay, clan membership has consequences for individual whales. Using a long-term dataset, I found differences in social behaviour among clans: members of one clan dived more synchronously and had more homogeneous, briefer relationships than the other. Cultural drift may explain such divergence, with whales replicating within-clan social norms. Finally, I considered the temporal stability of clans by studying the Galápagos population over 30 years. I documented a complete population turnover leading to cultural shift: sperm whales studied in 2013-2014 do not belong to two clans that used the area between 1985-1995; instead they are members of clans previously found in other areas of the Pacific. In conclusion, culture gave rise to sperm whale clans, which in turn drives social behaviour, in a two-way relationship that is stable over time but dynamic over space. These findings strengthen the evidence for culture among sperm whales, highlighting that processes driving behavioural flexibility in humans—information transmission through biased social learning and cultural drift—also operate in non-human animal populations.  


Mauricio Cantor received his BSc degree in Biology at Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, Brazil) in 2008, MSc degree through the Ecology Graduate Program at Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, Brazil) in 2011, and a PhD from the Department of Biology, Dalhousie University (Canada) in 2016. Currently he acts as a researcher at the Aquatic Mammals Lab (LAMAq, Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil) and The Human Non-human Interface (INUMA, Universidade Federal de Sergipe, Brazil). He has experience on population and community ecology, behavioral ecology, socioecology, animal behavior and biological data analyses.