Sunday 21 April 2019

Thaise Emilio Lopes de Sousa (UNICAMP): Palmeiras em florestas tropicais: presente, passado e futuro


Data: 23 de abril de 2019
Date: April 23rd, 2019

Hora: 13h
Time: 1 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Palmeiras em florestas tropicais: presente, passado e futuro

Quando pensamos em em florestas pensamos em árvores. Mas na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, a cada 100 árvores uma é de fato palmeira. Quase 200 anos de passaram desde a viagem de Martius que descreveu pela primeira vez as palmeiras na região e ainda sabemos muito pouco sobre os processos que governam as variações de abundância e diversidade deste fascinante grupo de plantas. Por que palmeiras são tão abundantes na Amazônia? Será que os mecanismos que garantiram a sua dominância no passado ainda poderão garantir a sua permanência nessas florestas no futuro? Como o entendimento do funcionamento e história evolutiva deste importante grupo de plantas tropicais podem nos ajudar a entender biodiversidade e resiliência das florestas? Estas são algumas das perguntas que tento responder com meu estudos de dinâmica, distribuição e funcionamento de palmeiras. Nesta palestra, vou apresentar resultados de estudos que realizei nos últimos dez anos combinando estudos de campo, análise de dados históricos e experimentos usando tecnologias de última geração para o estudo de funcionamento de plantas in vivo.

Thaise Emilio Lopes de Sousa é pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Unicamp. Graduada pela Universidade Federal de São Carlos, com mestrado e doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia com período de sanduíche na Universidade de Aahrus (Dinamarca) e Pós-doutorado no Royal Botanic Gardens Kew (Reino Unido). Sua pesquisa tenta entender os padrões de diversidade e variação de abundância em florestas tropicais. Na Unicamp ela faz parte do grupo de pesquisa em Ecologia Funcional de Plantas onde atualmente estuda como diferentes estratégias hidráulicas de uso e conservação da água podem explicar os gradientes de abundância e diversidades de espécies de palmeiras desde a Caatinga no semi-árido brasileiro até as florestas chuvosas da Amazônia.

Palm trees in tropical forests: present, past and future

When we think of forests we think of trees. But in the Amazon, the largest rainforest in the world, every 100 trees one is actually palm. Almost 200 years have passed since Martius' first palm trip in the region and we still know very little about the processes that govern the variations of abundance and diversity of this fascinating group of plants. Why are palm trees so abundant in the Amazon? Will the mechanisms that have ensured their dominance in the past still guarantee their permanence in these forests in the future? How can an understanding of the functioning and evolutionary history of this important group of tropical plants help us understand biodiversity and forest resilience? These are some of the questions that I try to answer with my studies of the dynamics, distribution, and functioning of palm trees. In this lecture, I will present results of studies that I have carried out in the last ten years combining field studies, historical data analysis and experiments using state-of-the-art technologies for the study of in vivo plant functioning.

Thaise Emilio Lopes de Sousa is postdoctoral student of the Graduate Program in Ecology at Unicamp. Graduated from the Federal University of São Carlos, with a master's and doctorate degree from the National Institute of Amazonian Research with a sandwich period at the University of Aahrus (Denmark) and Post-doctorate at the Royal Botanic Gardens Kew (UK). His research attempts to understand the patterns of diversity and variation of abundance in tropical forests. At Unicamp she is part of the research group on Functional Ecology of Plants where she currently studies how different hydraulic strategies of water use and conservation can explain the gradients of abundance and diversity of palm species from the Caatinga in the Brazilian semi-arid to the forests rainforests of the Amazon.

Wednesday 10 April 2019

Ana Carolina Esteves Dias (Universidade de Waterloo): Contribuições da natureza para o bem-estar humano e conservação costeira



Data: 16 de abril de 2019
Date: April 16th, 2019

Hora: 13h
Time: 1 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Contribuições da natureza para o bem-estar humano e conservação costeira

Nesta apresentação, pretendo compartilhar os passos que tomei para iniciar um doutorado no exterior e apresentar os resultados preliminares de minha pesquisa sobre conservação costeira e bem-estar social em comunidades pesqueiras no litoral sudeste do Brasil. As Unidades de conservação (UCs) marinhas são amplamente reconhecidas como uma importante estratégia de conservação e como uma potencial estratégia para o desenvolvimento socioeconômico. No entanto, muitas delas foram estabelecidos desconsiderando a dependência das comunidades humanas dos recursos marinhos. Nos casos em que os impactos nas comunidades são considerados, o foco é geralmente em benefícios materiais (e.g., pesca como fonte de renda e alimentação). Já os serviços ecossistêmicos não materiais (e.g., recreação, crenças) e suas contribuições para o bem-estar das comunidades costeiras são raramente considerados e geralmente não são integrados aos planos de conservação. Isso é especialmente problemático, dadas as mudanças às quais as Ucs marinhas e as comunidades costeiras precisam se adaptar. Nesse contexto, minha pesquisa visa examinar como as comunidades e os tomadores de decisão podem se adaptar melhor às mudanças ambientais na implementação de iniciativas de conservação costeira, sob a perspectiva dos conceitos de bem-estar social e serviços ecossistêmicos. Para entender essa dinâmica de serviços ecossistêmicos de bem-estar social, aplico uma abordagem de métodos mistos (i.e., questionário, photovoice, oficinas participativas). Adoto a pesquisa participativa e sensível às questões de gênero para engajar as partes interessadas na análise ativa das informações coletadas na pesquisa utilidade dos dados para a gestão costeira do Sudeste do Brasil. Espero aumentar a conscientização local sobre equidade de gênero nos processos de tomada de decisão; e contribuir para o desenvolvimento teórico da área de conservação costeira, abordando as lacunas relativas aos serviços ecossistêmicos não-materiais e sua relação com o bem-estar no contexto da mudança.

Ana Carolina Esteves Dias foi estudante de Graduação em Biologia e fez Mestrado em Ecologia na Unicamp. Agora faz o doutorado na Universidade de Waterloo no Canadá.

Natures contributions to human wellbeing and coastal conservation

In this presentation, I will share my pathway to start a PhD abroad and present preliminary results of my research on coastal conservation and social wellbeing in fishing communities in the Southeast coast of Brazil. Marine protected areas (MPAs) are widely recognized as an important conservation strategy and as a potential foundation for socioeconomic development. Notwithstanding, many MPAs have been established in ways that discount the dependence of human communities upon marine resources. Where impacts on communities are considered in MPA design, the focus is usually on material benefits (e.g., income). In contrast, nonmaterial (e.g., recreation) and/or cultural ecosystem services and their contributions to the wellbeing of coastal communities are rarely assessed and are not usually integrated into conservation plans. This is especially problematic given the changes to which MPAs and coastal communities must adapt. To address this gap, my research aims to examine how communities and decision-makers can better adapt to environmental change in the implementation of coastal conservation initiatives. To do so, I draw on the concepts of social wellbeing of communities and ecosystem services upon which they depend. I apply a mixed methods approach (e.g., survey, photovoice, participatory workshop) to understand these wellbeing-ecosystem services dynamics, and to connect these insights to environmental governance. I adopt a participatory and gender-sensitive approach to engage stakeholders in active analysis of insights and application to governance processes in a network of MPAs in Southeast Brazil. I expect to enhance local awareness of gender equity in decision-making processes; and to contribute to the theoretical development of coastal conservation scholarship by addressing the gaps concerning cultural services and their relationship to wellbeing in the context of change.

Ana Carolina Esteves Dias was a graduate student in biology and a master's degree in ecology at Unicamp. He now holds a doctorate from the University of Waterloo in Canada.