Wednesday, 22 May 2019

David Montenegro Lapola (UNICAMP): Mudanças climáticas: ecossistemas alterados, sociedades sacudidas

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Data: 28 de Maio de 2019
Date: May 28th, 2019

Hora: 13h:00
Time: 01h:00 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Mudanças climáticas: ecossistemas alterados, sociedades sacudidas

Nesta apresentação irei explicar como diferentes ecossistemas - cidades, meio rural e floresta tropical - vêm sendo alterados devido às mudanças climáticas em curso no nosso planeta. Para o meio urbano irei apresentar um índice de vulnerabilidade sócio-climática calculado em alta resolução espacial para seis capitais brasileiras, o que permite aproximar o discurso de adaptação às mudanças do clima dos gestores dessas cidades.  Para o meio rural irei debater o conceito de pagamento por serviços ambientais, desafios para sua implementação e a própria importância que as pessoas em geral dão à paisagens rurais ambientalmente equilibradas para a provisão de serviços ecossistêmicos. Para o ecossistema de floresta tropical irei apresentar o programa AmazonFACE, que busca entender não somente como o aumento de CO2 atmosférico pode afetar o funcionamento ecológico da Amazônia, mas também como a sócio-economia da região poderia ser afetada em caso de uma perda catastrófica da floresta devido à mudanças climáticas. Concluo fazendo uma reflexão do quanto o tecido sócio-econômico terá que sair do seu lugar-comum para suportar ou se adaptar alterações desses diferentes ecossistemas devido às mudanças climáticas. 

David M Lapola é pesquisador efetivo do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura - CEPAGRI na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Graduado em Ecologia pela UNESP (2005), mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007), doutorado em Modelagem do Sistema Terrestre pelo Instituto Max Planck / Universidade de Kassel, Alemanha (2010). Atuou como professor assistente do Departamento de Ecologia da Unesp Rio Claro no período 2011-2017 e como Professor visitante na Universidade Técnica de Munique em 2017. Tem interesses de pesquisa em ecologia de mudanças globais, mudanças de uso da terra, serviços ambientais, impactos de mudanças climáticas sobre biodiversidade, modelagem do sistema terrestre e ciência da sustentabilidade.

Climatic changes: altered ecosystems, shaken societies

On this presentation, I shall explain how different ecosystems - cities, countrysides, and tropical forests - have been altered due to climatic changes happening on our planet. For the urban areas, I will present a socio-climatic vulnerability index calculated in high spatial resolution for six Brazilian capitals, which allows bringing the speech of adaptation to climate change closer to the city managers. For the countryside, I will debate the concept of environmental services payment, challenges for its implementation and the own importance that people, in general, give to environmentally balanced rural landscapes for ecosystem services provision. For the tropical forest ecosystem, I will present the AmazonFACE program, which seeks not only to understand how the rise in atmospheric CO2 will affect the ecological functioning of the Amazon Rainforest but also how the region socioeconomy could be affected by a disastrous loss of forest due to climatic changes. I conclude making a reflection on how much the socioeconomic tissue will have to get out of its common-place to bear with or to adapt to the alterations on these different ecosystems due to climatic changes.

David M Lapola is a researcher at the Center for Meteorologic and Climatic Research Applied to Agriculture - CEPAGRI at the State University of Campinas - Unicamp. He got his BSc degree in Ecology at UNESP (2005), his Master's degree in Meteorology at the National Institute for Space Research - INPE (2007), and his Ph.D. in Terrestrial System Modeling at the Max Planck Institute/ Kassel University, Germany (2010). He was an assistant professor at the Ecology Department at UNESP - Rio Claro between 2011 - 2017. His main research interests are the ecology of global changes, land use changes, environmental services, climatic changes impacts on biodiversity, terrestrial system modeling and sustainability science. 




Friday, 17 May 2019

Amy Zanne (The George Washington University): Evolution of Plant Functional Ecology

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Data: 21 de Maio de 2019
Date: May 21st, 2019

Hora: 13h:00
Time: 01:00 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

Evolução da Ecologia Funcional de Plantas

Acredita-se que a evolução da arquitetura dos organismos baseia-se em pressões seletivas ecológicas. O sistema de transporte de água em plantas florescentes (angiospermas) é um destes aspectos da arquitetura. O sistema é formado por dutos (traqueídeos e vasos) que têm a função de mover a água de maneira segura e eficiente desde as raízes até as folhas para a fotossíntese. Dutos de maior diâmetro podem mover a água mais rapidamente, mas correm maior risco de embolismo (formação de bolhas de ar), devido a seca ou congelamento, do que dutos de menor diâmetro. Aqui apresento dois estudos globais no qual examinamos: 1. os caracteres que evoluíram em angiospermas (mudanças na forma de crescimento lenhoso/herbáceo, fenologia decídua/sempre-verde e tamanho de dutos) que possibilitaram a colonização de novos ambientes, 2. como a evolução do tamanho dos dutos se deu, ao longo de gradientes ambientais, em relação às mudanças de hábito de crescimento sozinho ou dependente de suporte (trepadeiras). Estes estudos foram possíveis graças a bancos de dados globais com nomes de plantas, filogenias, localizações, e caracteres. Mostrarei resultados de um terceiro estudo no qual nós avaliamos o estado atual e desafios destas bases de dados.   

Amy Zanne é professora associada em Ciências Biológicas da Universidade de George Washington (UGW). Ela se uniu a UGW em 2012 após quatro anos na Universidade do Missouri - St. Louis. Já passou pela Universidade Duke, pelo Centro Nacional de Síntese Evolutiva, Universidade da Califórnia - Berkeley, Universidade Macquarie, Universidade do Minnesota e Universidade Tufts como pesquisadora pós-doutoranda. Graduou-se pela Dartmouth College. A pesquisa em seu laboratório busca explorar porque e como as composições de comunidades mudam em diversos cenários ecológicos e escalas evolutivas, assim como as consequências dessas mudanças para o ecossistema. Os dois temas principais de pesquisa em seu laboratório são: 1. Macroevolução e macroecologia de aspectos funcionais em plantas e fungos usando bases de dados globais; 2. As consequências das estruturas mortas de plantas sobre as taxas e formas de turnover de carbono, mediadas por diferentes agentes de decaimento.

Evolution of Plant Functional Ecology

How organisms are constructed is thought to have evolved based on ecological selective pressures. The water transport system in flowering plants (angiosperms) is one such trait. It is made of conduits (tracheids and vessels) that need to safely and efficiently move water from the roots to the leaves for photosynthesis. Larger diameter conduits can move water more quickly but are believed to be at greater risk of embolisms (air bubbles) due to drought and freezing than smaller diameter conduits. Here I present two global studies in which we examined 1. the traits angiosperms evolved (changes in woody/herbaceous growth form, evergreen/deciduous leaf phenology and conduit size) to live in novel environments, 2. how conduit size evolved with shifts in free standing/climbing growth habit along environmental gradients. These studies were made possible due to global databases in plant names, phylogenies, locations, and traits. I show the results of a third study in which we evaluated the current status and challenges of these databases. 

Amy Zanne is an Associate Professor in Biological Sciences at George Washington University (GWU). She joined GWU in 2012 after 4 years at University of Missouri – St. Louis. She spent time at Duke University, the National Evolutionary Synthesis Center, University of California – Berkeley, Macquarie University, University of Minnesota and Tufts University as a postdoctoral scholar. Her undergraduate was at Dartmouth College. Research in the Zanne lab examines why and how community composition changes across ecological settings and evolutionary time scales as well as what the ecosystem-level consequences are of these changes. There are two main themes in the lab: 1. Macroevolution and macroecology of plant and fungal function using global databases and 2. The afterlife consequences of plant construction on rates and forms of carbon turnover as mediated by different decay agents.





Thursday, 2 May 2019

Lilian Patrícia Sales (UNICAMP): A redistribuição das interações bióticas no Antropoceno





Data: 14 de Maio de 2019
Date: May 14th, 2019

Hora: 13h00
Time: 1:00 PM

Local (Room): Sala de Defesa, Bloco O, Prédio da Pós graduação, Instituto de Biologia, Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil

A redistribuição das interações bióticas no Antropoceno

Estamos no Antropoceno, uma nova era geológica, marcada pela influência ubíqua e consistente do Homo sapiens em praticamente todas as regiões da Terra. Desde o manejo de espécies e paisagens, à perda e fragmentação de habitats, introdução de espécies exóticas invasoras, chegando às mudanças climáticas globais, a “pegada” humana está presente em diferentes processos ecológicos atuais. A redistribuição da biodiversidade afetará também padrões de co-ocorrência e interação biótica, rompendo interações-chave mas permitindo o surgimento de novas interações, com efeitos na distribuição fenotípica das comunidades. Nesta palestra, abordarei como processos em escala global (mudanças climáticas) interagem com elementos da paisagem (dispersão em paisagens fragmentadas) para redistribuir as espécies, gerar novas comunidades e padrões fenotípicos. Mostrarei alguns de meus trabalhos desde o doutorado, em que iniciei os estudos em modelagem de distribuição de espécies, até chegar nos kernels de dispersão espacialmente explícitos que estou desenvolvendo no pós-doutorado.

Lilian Sales é pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Unicamp. Graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais, com mestrado em Ecologia Aplicada pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Ecologia e Evolução pela Universidade Federal de Goiás. Sua pesquisa é baseada em Biogeografia da Conservação e Macroecologia, onde busca entender como a redistribuição da biodiversidade em macroescala afetará padrões de co-ocorrência e interações bióticas no Antropoceno.

Redistribution of biotic interactions in the Anthropocene

We are in the Anthropocene, a new geological era, marked by the ubiquitous and consistent influence of Homo sapiens in practically all regions of the Earth. From the management of species and landscapes to the loss and fragmentation of habitats, introduction of invasive alien species, getting around global climatic changes, human "footprint" is present in different ecological processes. The redistribution of biodiversity will also affect patterns of co-occurrence and biotic interactions, tearing apart key interactions, but allowing the rise of new interactions, with effects on the phenotypic distribution of communities. On this talk, I will approach how global scale processes (climatic changes) interact with landscape elements (dispersions on fragmented landscapes) to redistribute species, generating new communities and phenotypic patterns. I will show some of my work from my Ph.D. when I started to study the modeling of species distribution until I get to spatially explicit kernels of dispersion which I am developing in my Post Doc.

Lilian Sales is a postdoctoral fellow of the Graduate Program in Ecology at Unicamp. She got her BSc degree at Federal University of Minas Gerais (UFMG),  her MSc in Applied Ecology at Federal University of Lavras (UFLA) and her Ph.D. in Ecology & Evolution at Federal University of Goiás (UFG). Her research is based on Conservation Biogeography and Macroecology, she seeks to understand how biodiversity redistribution in macroscales will affect patterns of co-occurrence and biotic interactions in the Anthropocene.